Quando se fala em crianças superdotadas, o foco costuma estar nas habilidades cognitivas acima da média, como raciocínio lógico, memória e linguagem, é o que a maioria das pessoas veem, mas a psicóloga e neuropsicóloga Dra. Karliny Uchôa alerta que, por trás disso, também existem questões emocionais e sociais que precisam ser vistos com atenção.
“Muitos acham que por serem inteligentes, essas crianças não enfrentam dificuldades, mas, na verdade, elas têm uma sensibilidade emocional maior, sentir-se deslocadas e sofrer com ansiedade ou frustração”.
A superdotação, de acordo com a especialista, exige um olhar especializado que considere não apenas o desempenho acadêmico, mas também o desenvolvimento emocional e o ambiente social da criança.
“É comum que essas crianças apresentem comportamentos intensos, pensamentos acelerados e até dificuldade em lidar com regras escolares ou com o ritmo da turma, isso pode gerar sofrimento psicológico se não for bem orientado”, alerta.
Diagnóstico e acompanhamento especializado
Dra. Karliny Uchôa reforça que a avaliação neuropsicológica é fundamental para identificar o perfil da criança, entender suas necessidades específicas e indicar estratégias que promovam equilíbrio e bem-estar.
“O diagnóstico correto permite adaptar o ambiente escolar, oferecer estímulos adequados e trabalhar o lado emocional, que é essencial para que a criança se desenvolva de forma saudável”.
Além da escola e da família, ela destaca que o acompanhamento psicológico é essencial para ensinar a criança a lidar com suas emoções, desenvolver habilidades sociais e entender melhor sua forma única de perceber o mundo.
“Mais do que acelerar o aprendizado, precisamos garantir que essas crianças cresçam com autoestima, segurança e consciência do seu valor”, ressalta.