Empresário e influenciador digital, Douglas Rocha acredita que postar conteúdo que tenha ver com o próprio estilo e que não siga padrões é chave para tornar o Instagram uma marca que se preocupa com a saúde mental
Se a vida tem de fato uma vitrine, pode-se dizer que é o feed do Instagram. Basta logar no aplicativo para notar cada um tenta se vender de uma forma, seja com um estilo de fotografia, um filtro característico ou até mesmo, uma padronização de postagens. Mas quanto de realidade existe nesse universo? O que você mostra ao mundo, condiz com a forma que vive e enxerga a vida?
É fato que uma rede social nunca será capaz de retratar a complexidade da realidade, mas buscar ser mais verdadeiro com o conteúdo postado deve ser uma meta ao menos possível. Isto é o que acredita o influenciador Douglas Rocha, que defende o uso de redes de uma maneira menos mecanizada. “Antes de qualquer coisa, é preciso entender o que se quer passar. O que se vê são muitas cópias de padrões de organização, de cor, que funcionam para um, mas não para outros não e é isso que gera toda essa cadeia de frustração; estamos cada vez menos originais”.
Além de ter exercer cobrança sobre quem busca uma aceitação na rede, usuários que consomem esse tipo de conteúdo também vem se mostrando mais avessos a propostas como essa. “ Nós vivemos um momento em que a grande maioria das pessoas já se tocou dos macetes de edição, pose, ângulo e como uma foto não quer dizer nada”, diz.
Com essa demanda crescente, o influenciador acredita que os usuários estão filtrando mais o conteúdo e principalmente procurando consumir perfis mais simples. “A principal vertente que se vê nesses casos é o da identificação, pois as pessoas gostam de ver aquilo que é próximo, que é possível e não mais aquele perfil que a faz mal”.
Para Douglas, o usuário brasileiro só não consome tanto. E só não consome mais, porque existe apenas uma pequena parcela que tem cunhão para oferecê-lo, pois ele requer vulnerabiliade”.
Quem sabe faz ao vivo
Douglas Rocha argumenta que a maior barreira da rede social é simplesmente ser real. A maioria não sabe o que é postar uma foto crua, natural, e até mesmo os ditos #semfiltro, são carregados de uma montagem pré-clique. “Imagine o quão mais divertido e saudável seria o Instagram na tendência Polaroid, onde as fotos eram muito mais para registrar um momento do que para exibi-lo. É isso que precisa ser resgatado. A vida sem filtros deveria ser mais explorada ”, instiga.
Apesar do Instagram ter começado a dar atenção à questões de saúde mental recentemente, o influencer acredita que a rede tem muito que investir nesse ramo ainda. Como o fim dos likes, o usuário passa a postar um conteúdo mais fresco. “É um momento de reciclagem, a tendência é que as pessoas percam o medo de postar uma foto que não será tão curtida, ela vão se sentir mais confortáveis para postar o que querem e não o que gera engajamento”, analisa.
Instagram nocivo
Considerada a rede social mais nociva à saúde mental por pesquisa da instituição de saúde pública do Reino Unido, Royal Society for Public Health, em parceria com o Movimento de Saúde Jovem, elegeu o instagram a rede social mais nociva da atualidade.