Manter o cérebro em bom funcionamento é uma das chaves para envelhecer bem, afinal, a qualidade da vida ao longo dos anos depende, em grande parte, da saúde mental e cognitiva.
De acordo com a especialista em neurociências e cirurgiã plástica Dra. Elodia Ávila, a ciência tem avançado na compreensão dos mecanismos de envelhecimento cerebral, permitindo estratégias mais eficientes para preservar a função neurológica com o passar do tempo.
“Cuidar da saúde do cérebro vai muito além de evitar doenças, é preciso garantir autonomia, memória e clareza mental em todas as fases da vida”, explica.
O que acontece com o cérebro ao longo do tempo?
Com o envelhecimento, o cérebro passa por alterações naturais, entre elas, a redução do volume cerebral, especialmente no hipocampo, região responsável pela memória e pelo aprendizado.
Há também uma diminuição na velocidade de processamento de informações, bem como mudanças no córtex pré-frontal, que afeta o planejamento, a atenção e a tomada de decisões.
Essas transformações não significam, necessariamente, perda de capacidade, mas podem ser intensificadas por fatores como estresse crônico, sedentarismo, alimentação inadequada, isolamento social e distúrbios do sono.
“Existe uma ligação direta entre o estilo de vida e o envelhecimento cerebral, aquilo que fazemos no dia a dia pode contribuir para acelerar ou desacelerar esse processo”, destaca a Dra. Elodia Ávila.
5 dicas práticas da neurociência para manter o cérebro jovem:
1. Mantenha o cérebro ativo:
Estudos mostram que o estímulo cognitivo frequente favorece a neuroplasticidade, ou seja, a capacidade do cérebro de formar novas conexões.
“Aprender um novo idioma, tocar um instrumento ou fazer palavras cruzadas são boas opções”;
2. Pratique atividades físicas regularmente:
O exercício físico melhora a irrigação cerebral e estimula a liberação de neurotransmissores, como a dopamina e a serotonina, que estão ligados à sensação de bem-estar e à saúde das funções executivas;
3. Cuide da alimentação:
Uma dieta rica em ômega-3, antioxidantes e vitaminas do complexo B é uma grande aliada do cérebro.
“Alimentos como peixes, vegetais escuros, frutas vermelhas e oleaginosas ajudam a proteger as células cerebrais contra o estresse oxidativo”;
4. Durma bem:
O sono é um momento fundamental para o cérebro organizar memórias, processar informações e eliminar toxinas acumuladas ao longo do dia, por isso, dormir pouco ou mal compromete áreas como o hipocampo e o córtex pré-frontal.
5. Cultive conexões sociais:
“O convívio social estimula múltiplas regiões cerebrais, como a amígdala e o córtex cingulado anterior, que estão ligadas à empatia, emoção e controle comportamental. Relacionamentos saudáveis são uma forma poderosa de proteção cognitiva”; destaca a Dra. Elodia Ávila;
Um olhar integrado sobre o envelhecimento
A neurociência tem demonstrado cada vez mais que envelhecer com saúde é possível, desde que exista um compromisso contínuo com o bem-estar físico, emocional e mental.
Segundo Dra. Elodia Ávila, não se trata apenas de evitar doenças neurológicas como Alzheimer ou Parkinson, mas de manter a funcionalidade e a qualidade de vida por meio de hábitos saudáveis.
“A prevenção é um investimento de longo prazo, as nossas pequenas ações no cotidiano fazem uma enorme diferença nos anos futuros e na forma como estaremos”, afirma.