O estudo encontrou diferenças na performance da substância entre pessoas que testaram positivo para Covid-19 e as que receberam apenas o imunizante
Uma pesquisa conduzida pela Escola Superior de Estética Cosmetologia (ESEC), em parceria com o Centro de Pesquisas e Análises Heráclito, que buscou entender se havia ligação entre a formulação dos componentes da vacina Coronavac com a toxina botulínica, utilizada para tratamento estéticos, constatou que o imunizante inibe a ação eficiente da substância.
O estudo analisou a aplicação intramuscular da toxina botulínica em dois grupos: o de pacientes que testaram positivo para Covid-19 e os que receberam a vacina contra a doença, neste caso a Coronavac, da farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto com o Instituto Butantã. No relatório, consta a análise de 26 pacientes clínicos atendidos em aplicações de toxina botulínica e que relataram uso desta vacina.
Responsável pela condução da pesquisa, Daniela López, graduada em Estética e Cosmetologia pela Universidade Braz Cubas, pós-graduada em intradérmicos e subcutâneos pela FAISP e Especialista em Estética e Cosmetologia Avançada pela Universidade Federal de São Paulo (USP), explica que se observou uma melhor performance da toxina botulínica em pacientes curados da Covid-19.
“O que notamos é que no grupo de pacientes curados da doença que fizeram ação ferramentas para reforço da imunidade, tais quais utilização de doses diárias de vitamina D, Zinco, Cálcio, a ação da toxina botulínica aumentou em 70% seu efeito de paralisia das rugas. Considerando que o período clínico normal é de 4 meses, nesse caso o efeito em rugas dinâmicas passou para 8 meses”, comenta a pesquisadora.
No outro grupo analisado, o de pacientes que receberam doses do imunizante da Sinovac, até o momento da aplicação da toxina botulínica para o estudo, não haviam relatos de que eles tivessem atestado positivo para Covid -19 e tão pouco relataram qualquer sintoma gripal desde o início da pandemia mundial.
“Os efeitos dos pacientes que receberam a vacina e após 10 dias aplicaram a toxina botulínica para as rugas dinâmicas não foram satisfatórios. O comum é que a substância apresente seu efeito de três a dia após a primeira utilização. Na pesquisa, mesmo após 20 dias da aplicação, a toxina botulínica não surtiu nenhum resultado e não houve a paralisia das rugas dinâmicas”, relata Daniela López.
A pesquisadora constata, porém, que os pacientes relataram que perceberam um aumento no fator hidratante do tecido, mostrando uma melhora na qualidade da pele. “É importante destacar que a técnica utilizada em todos os procedimentos foi intramuscular em região facial frontal do terço superior e subcutâneo em região orbicular dos olhos”, ressalta Daniela.
O estudo não conseguiu identificar quais elementos da composição da Coronavac atuam na neutralização da ação da toxina botulínica, sendo necessário um estudo específico e detalhado para elucidar a questão. “O que se sabe é que as vitaminas que os pacientes estavam utilizando com o intuito de melhorar o seu sistema imunológico, foram um fator em comum com êxito na aplicação da toxina, potencializando assim o efeito em rugas dinâmicas”, complementa.