Consultora de negócios foca no empreendedorismo feminino para encorajar mulheres

Ellen Moraes dá consultoria de negócios é Diretora de Marketing da Gold Company Consultoria Financeira, ela se dedica ao empreendedorismo feminino por ver que a brecha entre homens e mulheres não diminui no mercado de trabalho

Nem todo mundo está retornando ao mercado de trabalho ou deverá fazê-lo no fim da pandemia da Covid-19, em especial as mulheres. Elas já recebem menos, como mostram dados do IBGE: mulheres ganham o corresponde a 79,5% do salário dos homens. Além disso, enfrentam mais dificuldades para se inserirem no mercado de trabalho porque muitos empregadores acreditam que o fato de serem mães prejudica a carreira. Em maio, a Pnad Covid-19 mostrou que elas eram a minoria da força de trabalho: 43,5%. De acordo com um levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o Ipea, a participação feminina no mercado de trabalho é a menor nos últimos 30 anos. A consultora de negócios Ellen Moraes conhece esta realidade há tempo e, neste contexto de pandemia, mostra preocupação. “A mulher já enfrenta diversas barreiras porque engravida, porque não é levada a sério, porque muitos homens a vêem como um símbolo de beleza apenas e neste contexto de pandemia vejo muitas sendo dispensadas porque há empresas que têm preferido manter apenas homens”, conta Ellen.

Ellen tem apenas 25 anos e começou a empreender aos 19. Nestes anos, sentiu na pele o preconceito. “Como sou mulher e jovem, sinto que não sou respeitada”. Quando começou a comandar uma equipe de 40 pessoas sentia desconfiança da equipe, “havia muitos homens mais velhos que visivelmente não acreditavam no meu potencial, mesmo eu tendo estudado muito”, revela. Diante disso, ela foca no empreendedorismo feminino, encorajando mulheres de todas as idades, condições econômicas e perfis a não terem medo de entrar no mundo dos negócios. Para Ellen, o empreendedorismo pode ajudar muitas a se recolocarem no mercado de trabalho e, mais do que conseguir renda, contribuir na construção do respeito. “Precisamos mostrar que não somos apenas um objeto de decoração no trabalho ou que os superiores podem nos assediar e desrespeitar, temos as mesmas capacidades”, destaca. Neste contexto de pandemia Ellen reforça ainda mais o seu conselho: não ficar quieta. “Não sou a favor de engolir sapo só para manter emprego, temos que mostrar força e que somos excelentes no que fazemos, não precisamos ter medo”, encoraja.

Ela já morou em Londres e esteve nos Estados Unidos, onde pode ver uma disparidade menor entre os gêneros. “Aqui a mulher tem jornada dupla e até tripla, devido ao acúmulo das tarefas domésticas, lá eu percebi que os homens entendem isso melhor e participam dos cuidados da casa e dos filhos”, destaca. Para ela, mulheres empoderadas ajudarão a reduzir estas diferenças e evitar perguntas como “quem vai cuidar do seu filho?” na entrevista de emprego, afinal, estará disseminada a ideia de que homens e mulheres devem assumir responsabilidades com a casa e os filhos e que elas são igualmente capazes.

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