A Dra. Ana Paula Moro Quinteiro fala sobre a tendência dos jalecos coloridos na área da saúde e explica que a escolha das cores pode ir muito além da estética
Apesar do jaleco branco ser o campeão na preferência dos profissionais da saúde no Brasil, os jalecos coloridos e estampados são uma tendência que veio com força e para ficar, conquistando a cada dia mais espaço e sendo usados por profissionais de destaque.
A dentista, colunista e empresária Ana Paula Moro Quinteiro é uma das precursoras do uso e confecção dos jalecos coloridos para dentistas e médicos. Especializada no assunto, Ana Paula revela que existe uma ciência por trás do surgimento dos jalecos coloridos: “não foi por acaso que eles surgiram. Há evidências científicas de que, além da questão estética, a escolha das cores pode auxiliar a proteger a visão dos profissionais durante os procedimentos cirúrgicos, pois as cores são complementares das várias nuances, inclusive do vermelho presentes no sangue. Muito além da estética, existe um estudo que leva os profissionais a também optar por jalecos coloridos”.
A escolha da cor certa para o jaleco
A Dra. Ana Paula Quinteiro ressalta que cada profissional pode optar por uma cor ideal de jaleco, dependendo da atividade que realiza: “Dependendo do campo de visão do profissional, através da neutralização das cores, dá para escolher a adequada para o uso diário. O uso de cores frias, como o verde ou o azul por exemplo, oferecem uma constante atualização do cérebro, deixando-o mais sensível ao vermelho e laranja, além de proporcionar conforto na visão, melhorando assim a concentração dos profissionais da saúde durante os procedimentos cirúrgicos invasivos”.
Por que um profissional da saúde precisa saber sobre cores?
A especialista explica que entender de noções básicas de colorimetria e teoria das cores pode fazer a diferença após horas seguidas de plantão e trabalho: “Ao passar muito tempo, por exemplo, focando a visão no vermelho forte após um procedimento invasivo, ao visualizar o branco dos jalecos, o profissional veria espectros em tons verde-azulados e por causa do efeito de ilusão de ótica, os médicos e enfermeiros passariam todo o tempo da operação enxergando vários “fantasmas” azuis e verdes, o que poderia prejudicar bastante o andamento dos procedimentos cirúrgicos. É o que chamamos de cores imaginárias. Logo, entender um pouco de teoria das cores pode ajudar”.
Como o olho humano processa as cores?
Nossos olhos usam um processo chamado “adversário” para trabalhar de forma eficiente. Os receptores de luz primária dos nossos olhos, têm algumas sobreposições nos comprimentos de onda de luz que podem perceber.
Ao combinar estas cores primárias, as cores secundárias são geradas, como por exemplo o verde (azul + amarelo), laranja (vermelho + amarelo) e violeta (vermelho + azul).
Quando a mesma intensidade de cor é combinada entre as cores opostas na roda da cor, uma neutraliza, anula a outra.
O preto e o branco tem mais a ver com o brilho.
O laranja neutraliza o azul e vice-versa; o verde neutraliza o vermelho e vice-versa; a violeta neutraliza o amarelo e vice-versa.