Sorrir pode ser mais terapêutico do que parece, principalmente quando o riso encontra respaldo na ciência.
Um nova estudo publicada na CPAH Journal pelo especialista em neurociências Flávio Nunes, “A Palhaçaria Terapêutica como Ferramenta Arteterapêutica para Neurodivergentes: Interconexões entre Neurociência, Criatividade e Afeto”, propõe um olhar inovador sobre como a figura do palhaço pode promover bem-estar e desenvolvimento em pessoas com condições como autismo, superdotação e dupla excepcionalidade.
“O palhaço é um mediador simbólico entre o mundo interno e externo do sujeito, em neurodivergentes, ele ajuda a estabelecer conexões afetivas e redesenhar caminhos de expressão emocional e social”, explica Flávio Nunes.
Humor como ferramenta de regulação emocional
O estudo mostra que esse tipo de terapia vai muito além de uma simples intervenção lúdica, a sua prática ativa circuitos neurais ligados à empatia, criatividade e afetividade, promovendo regulação emocional, desenvolvimento cognitivo e socialização.
Ao invés de focar em performance, o trabalho valoriza a conexão humana e o processo criativo, criando ambientes seguros para expressão livre e genuína.
Estudo promissor para saúde mental de pessoas neurodiversas
O estudo destaca que a prática ajuda no manejo de sintomas emocionais, reduz o estresse, melhora o humor e, a longo prazo, contribui para maior resiliência emocional.
Ainda que mais estudos clínicos sejam necessários, os dados já apontam para um grande potencial de inclusão e humanização nas abordagens com públicos neurodivergentes.
Para Flávio Nunes, a palhaçaria terapêutica é um exemplo de como é possível unir ciência, arte e cuidado de forma acessível.
“Essa é uma ferramenta integrativa, que respeita a singularidade de cada indivíduo e que reforça o papel do afeto e da criatividade na promoção da saúde e precisa ser mais valorizada em processos de terapia”, destaca.