Foto: Arthur Di Braschi
Você já ouviu falar em Shibari? Para além dos filmes como 50 tons de Cinza, as técnicas de amarração e prazer estão presentes na vida de muitas pessoas há bastante tempo.
No fim do século XX, o termo japonês Shibari, que significa amarrar ou ligar, passou a ser referência à prática erótica de usar cordas para prender o parceiro, técnica ligada ao BDSM (bondage, disciplina, dominação, submissão, sadismo e masoquismo).
O Shibari é inspirado no hojojutsu, uma técnica sistematizada usada por samurais para restringir criminosos usando cordas, no período Edo. Atualmente, o shibari é visto predominantemente como uma arte erótica.
Porém, conforme reforça o rigger – nome dado a quem faz as amarrações típicas da prática – Turo, existem muitas outras vertentes como artística, sensual e, apesar de nenhum estudo aprofundado sobre o assunto, a terapêutica, sendo associado ao reiki, yoga, tantra e outras formas relaxantes e meditativas.
“Nós usamos cordas de fibra natural de juta. Esse elemento fundamental para o Shibari possui geralmente oito metros de comprimento e as mais comuns têm de 5 a 6 milímetros. Apesar de não tão comuns, existem outras fibras que podem ser usadas na fabricação de cordas. Posso citar como exemplos o algodão, cânhamo e coco, citou.
Turo confirma que a prática vem crescendo no Brasil e atribui isso ao fato de que ela saiu de um contexto totalmente ligado ao fetiche do sadomasoquismo clássico e tem ganhado popularidade pela veiculação de vários filmes, séries e inclusive videoclipes de artistas pop envolvendo o tema do BDSM
“Muito além do fetiche, a técnica é uma arte que pode proporcionar sensações únicas para a pessoa imobilizada por meio da restrição de movimentos imposta pelas cordas”, falou.
“O que vale é dizer também que tudo varia de pessoa para pessoa, embora o Shibari traga a oportunidade de prazer mútuo, tanto para quem restringe quanto para quem é restringido ou restringida”, emendou.
Turo alerta ainda que para que o objetivo seja alcançado, nada diferente do casual, é preciso haver consensualidade, apesar da prática se caracterizar por uma certa imposição, dominação.
Sobre Turo
Turo é empreendedor serial, fotógrafo e rigger, que é quem faz as amarrações típicas do shibari (técnica de imobilização e comunicação com cordas que teve sua origem no Japão).