Durante o desenvolvimento infantil, os dentes de leite vão dando lugar a dentição definitiva e ai percebe-se que o novo sorriso do seu filho já não parece tão alinhado quanto antes. Deixar a visita ao ortodontista para depois não é a melhor alternativa para o problema. Mas quando é a hora certa de levar uma criança ao ortodontista?
O especialista em ortodontia, Dr. Márcio Passos tem a resposta: “recomenda-se que toda criança, a partir dos 7 anos de idade faça uma avaliação ortodôntica. Quanto mais precoce essa avaliação, melhor a indicação de tratamento, se necessário. É importante que o paciente seja tratado de forma multidisciplinar, devendo muitas vezes ser encaminhados também para outros profissionais como médico otorrino, fonoaudiólogos ou fisioterapeutas”.
Dr. Márcio adverte que caso o tratamento seja muito tardio poderá ser mais difícil reverter os problemas encontrados: “como esta é uma fase que as crianças desenvolvem a dentição mista – os dentes decíduos, que são os “dentes de leite”, e a erupção dos 4 primeiros molares permanentes, que nascem sem que caia nenhum dente antes – é importante que se tenha acompanhamento, caso contrário podemos encontrar problemas com grau maior de dificuldade em ser revertido. Quando avaliado precocemente e identificado o comprometimento da estética facial, (os ditos “gavetas” ou “ perfil de passarinho”) podemos iniciar ainda em fase pré escolar o uso de aparelhos móveis – ortopédicos. Estes aparelhos agem na estimulação das bases ósseas, reequilibrando a posição dos dentes. No entanto, existe um limite de idade para usá-los, pois em determinada idade, estes aparelhos perdem muito a sua função. Podemos dizer que em meninas Conseguimos maior eficiência de resultados até a menarca (1° menstruação) e em meninos até os 12/13 anos”.
Mas apenas encontrar um dente torto ja é o suficiente para correr para o dentista? O especialista diz que nem sempre: “em muitos casos, a criança ter alguns dentes tortos está longe de ser o principal indício da necessidade do tratamento ortodôntico ou ortopédico, e somente um profissional consegue identificar o problema. Por isso toda a oclusão deve ser considera, ou seja, a relação da arcada superior com a inferior, encaixe dos dentes e formato de toda a arcada. Outros fatores, como perfil facial, padrão de crescimento facial, as estruturas das articulações têmporo-mandibulares, os movimentos da mandíbula, padrão de deglutição, musculatura da face, lábios e língua também devem ser avaliados”.
Para o Dr. Marcio Passos, o envolvimento dos pais é primordial no sucesso do tratamento ortodôntico infantil: “nesta fase em que a cooperação do paciente é quase inexistente, precisamos de muito empenho por parte dos pais. Sem este auxilio o tratamento será quase impossível. A família tem que estar consciente e comprometida com a terapêutica. Só assim conseguimos melhor resultado”.
Depois dos 12/13 anos, o especialista aponta que somente o uso do aparelho fixo ou cirurgia podem ajudar na correção do posicionamento dos dentes na arcada: “após esta fase de ‘quase’ finalização do crescimento, a eficiência maior se dará somente com a ortodontia fixa. Nesta fase temos maiores resultados na movimentação dentária e já pouco resultado no desenvolvimento das bases ósseas, portanto conseguimos mexer com o perfil de forma bem suave. Ainda após esta fase, quando já temos o crescimento completo e existe uma discrepância do perfil associado aos da face, será necessário o uso de aparelho fixo mais cirurgia ortognátgica”.