A soroterapia, também chamada de terapia intravenosa, consiste na aplicação direta de vitaminas, minerais e outros nutrientes na corrente sanguínea. Ela tem ganhado espaço em clínicas de estética por prometer mais energia, melhora da pele, emagrecimento e até desintoxicação.
No entanto, especialistas alertam que a prática deve ser usada com cautela e somente quando há indicação médica.
“Nosso corpo tem mecanismos próprios para absorver nutrientes, por isso, quando usamos o soro sem necessidade, estamos burlando esse sistema”, explica a endocrinologista Dra. Jacy Alves.
Indicações reais e riscos
A soroterapia é indicada apenas em situações específicas, como em pacientes com dificuldades de absorção intestinal ou restrições para ingestão oral de nutrientes. Em geral, a reposição oral é suficiente, e preferível.
“Não há evidências de que a soroterapia traga benefícios estéticos ou melhore o desempenho em pessoas saudáveis”, reforça Jacy.
“Entre os riscos comuns estão reações alérgicas, infecções, sobrecarga renal e até intoxicações graves, como no caso recente de um paciente internado após excesso de cromo em sessões de soro”.
Perigos do excesso
A automedicação com vitaminas pode levar à hipervitaminose, principalmente no caso das vitaminas lipossolúveis, como A, D e E, que se acumulam no corpo. “O excesso pode causar desde náuseas e fadiga até lesões no fígado e nos rins”, alerta Jacy.
Além disso, a prática pode mascarar problemas de saúde mais sérios que precisam de tratamento específico, e não de “atalhos” com promessas milagrosas.
Alternativas seguras para saúde e bem-estar
O melhor caminho para manter o corpo saudável ainda é o mais simples: alimentação equilibrada, exercício físico, sono adequado e acompanhamento médico. “Buscar atalhos é compreensível, mas a saúde verdadeira se constrói com consistência”, afirma Jacy Alves.
“A medicina não é feita de promessas imediatas. É feita de evidências, cuidado e responsabilidade”.